O período de recuperação após uma cirurgia é, muitas vezes, um momento desafiador para o paciente. Dor, rigidez muscular, perda de mobilidade e função são queixas comuns nesse processo. Nesse cenário, a fisioterapia assume papel fundamental, e técnicas complementares, como o dry needling, têm se destacado como recursos eficazes para acelerar a reabilitação, controlar sintomas e restaurar a qualidade de vida.
Apesar de muitas vezes confundido com a acupuntura tradicional, o dry needling é uma técnica distinta, com fundamentos baseados na anatomia e fisiologia musculoesquelética ocidental. Seu uso no contexto da reabilitação pós-cirúrgica tem crescido consideravelmente nos últimos anos, com evidências clínicas e científicas apontando seus benefícios em diversas fases do processo de recuperação.
O que é o Dry Needling?
O dry needling, ou “agulhamento seco”, é uma técnica que utiliza agulhas finas, semelhantes às da acupuntura, inseridas diretamente em pontos gatilho miofasciais (nódulos dolorosos em bandas tensas do músculo), áreas de tensão ou tecidos acometidos por processos inflamatórios e disfunções. A inserção da agulha provoca uma resposta local que estimula a liberação muscular, melhora o fluxo sanguíneo, reduz a dor e favorece o processo regenerativo dos tecidos.
Ao contrário da acupuntura, que se baseia em princípios energéticos da Medicina Tradicional Chinesa, o dry needling está fundamentado em mecanismos neurofisiológicos modernos. Por isso, é uma técnica frequentemente utilizada por fisioterapeutas, médicos e profissionais da área de reabilitação com formação específica.
Dry Needling no pós-operatório: como atua?
Após um procedimento cirúrgico — como uma artroplastia, cirurgia de ligamentos, reconstruções musculares ou procedimentos ortopédicos — é comum que o paciente desenvolva alterações musculares secundárias, como contraturas, dor miofascial, encurtamentos, inibição muscular reflexa e rigidez articular.
O dry needling, quando indicado corretamente, pode contribuir em diferentes fases da reabilitação:
- Redução da dor: a inserção da agulha promove a liberação de neurotransmissores como endorfinas e serotonina, além de interferir na transmissão de sinais de dor no sistema nervoso central. Isso pode permitir maior tolerância às sessões de fisioterapia ativa e acelerar o progresso funcional.
- Liberação de pontos gatilho: pontos de tensão muscular, comuns após cirurgias ou imobilizações prolongadas, podem limitar o movimento e gerar dor irradiada. O dry needling é altamente eficaz na desativação desses pontos, melhorando a elasticidade muscular e a amplitude de movimento.
- Melhora da circulação local e cicatrização: a microlesão controlada gerada pela agulha ativa respostas inflamatórias benéficas, estimulando o fluxo sanguíneo e favorecendo a regeneração dos tecidos musculares e conjuntivos.
- Prevenção de compensações e sobrecargas: ao aliviar tensões musculares e reativar grupos musculares inibidos, o dry needling ajuda a restaurar padrões de movimento mais eficientes, reduzindo o risco de compensações articulares e dores secundárias.
Em quais tipos de cirurgia o dry needling pode ser útil?
Embora cada caso deva ser avaliado individualmente, a técnica tem mostrado excelentes resultados em reabilitações após:
- Cirurgias ortopédicas (joelho, ombro, quadril, coluna);
- Reconstrução de ligamentos (como LCA);
- Artroplastias (próteses de joelho e quadril);
- Cirurgias da coluna vertebral;
- Procedimentos musculares e tendinosos;
- Cirurgias abdominais ou torácicas com sequelas de dor muscular compensatória.
É importante ressaltar que o dry needling não é realizado diretamente sobre áreas cirúrgicas recentes ou com processos infecciosos. O uso da técnica deve sempre respeitar a fase da cicatrização, as contraindicações e a condição geral do paciente.
Segurança e profissional habilitado
Por ser uma técnica invasiva, o dry needling deve ser realizado exclusivamente por profissionais de saúde com capacitação específica, como fisioterapeutas e médicos treinados. A aplicação exige profundo conhecimento de anatomia, fisiopatologia da dor e higiene dos procedimentos, para garantir eficácia e segurança.
Em mãos experientes, o dry needling é uma ferramenta valiosa, mas como qualquer intervenção, deve ser aplicada com bom senso clínico, avaliação criteriosa e integração com outras abordagens fisioterapêuticas.
Integração com a fisioterapia funcional
O dry needling não substitui a reabilitação ativa, mas atua como um facilitador. Ao reduzir a dor e liberar tecidos tensos, ele permite que o paciente avance com mais conforto nos exercícios de fortalecimento, mobilidade, controle motor e retorno às atividades da vida diária ou esportiva.
Na prática clínica, muitos pacientes relatam melhora significativa já nas primeiras sessões, especialmente quando a técnica é associada a outras estratégias como terapia manual, cinesioterapia, eletroterapia e treino funcional. O objetivo final é sempre a recuperação da função com qualidade e segurança.
O dry needling vem se consolidando como uma estratégia eficaz na reabilitação pós-cirúrgica, auxiliando na redução da dor, melhora da função muscular e aceleração do processo de recuperação. Quando realizado por profissionais capacitados e integrado a um plano de fisioterapia individualizado, pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida do paciente.
Se você passou por uma cirurgia e está enfrentando dificuldades no processo de reabilitação, converse com um profissional especializado.
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Dra. Vivian Duarte
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